16.2.07

Português

É curioso como o termo "a pedido da mulher" mudou desde a campanha. Durante a campanha o SIM argumentou que esse termo servia apenas para restringir a despenalização aos casos em que o aborto é feito por vontade da mulher. Na famosa expressão de Vasco Rato, "se não é a pedido da mulher, é a pedido de quem?". Ora, agora esse pequeno bocado de frase já quer dizer outra coisa. Quer dizer que a vontade da mulher não pode ser questionada, nem por uma espécie de comissão de aconselhamento. Ora, a ideia das comissões de aconselhamentos é idiota, mas deve-se assinalar a evolução semântica. Aquilo que significava "a mulher não abortará por vontade de terceiros" passou a significar "a mulher abortará mesmo contra a vontade de terceiros" ou mesmo "a vontade da mulher não será questionada".