24.12.07

"Direita suicida" *

É na direita que há gente disposta a liquidar politicamente Filipe Menezes.
Uns porque preferiam o ‘não-estilo’ de Marques Mendes, a quem, aos poucos, adoptaram dada a sua inocuidade.
Outros acharam nele um ensejo de dizer mal de tudo o resto – o que Pulido Valente fez pela enésima vez e com evidente prazer.
Outros, ainda, vêem no novo líder do PSD um perigo para as causas próprias. Pacheco Pereira queria Rui Rio a presidente do PSD e tudo fará para ajudar a soçobrar esta ou qualquer outra liderança laranja que afaste o ‘seu’ candidato do desígnio que para ele traçou.

Há embirrações com Menezes mais fáceis de perceber. Vêm daquela direita que se diz nova mas que tresanda ao mais antigo mofo. São os que aplaudiram o regresso de Portas e que apregoam a sua regeneração entre outras tentativas impossíveis. Por razões de espaço, ficaram em pânico com a ascensão de Menezes. Nos seus círculos enclaustrados, desenharam uma caricatura odienta do líder do PSD – os textos ‘ad hominem’ de Rui Ramos são um exemplo desse esforço.

Menezes tem de relativizar estes ataques. Sem os ignorar. Percebendo que é por ali que deve iniciar a ruptura necessária.

Felizmente para ele, raros foram os que não chegaram a primeiros-ministros devido às aleivosias da opinião publicada (a minha incluída). O sentimento das pessoas faz-se de outras lógicas. As que têm a ver com as esperanças, as alegrias e as angústias, que se sentam com cada um de nós na Ceia do Natal.

* Heresias, Correio da Manhã de domingo