17.2.06

TENHAM VERGONHA NA CARA (que não revelam)

Os blogues de comentário político servem para muitas coisas. Exprimir opinião, ensaiar a sua divulgação, tentar impor uma visão. Até considero curial que se dê voz a um rumor ainda não confirmado. E, também, ainda que com limites, admito que se use o blogue como instrumento de defesa dos interesses da corporação que emprega os autores ou dos seus amigos mais necessitados.
Mas há regras mínimas de decência nesse jogo. A primeira, a mais inequívoca, será a de saber quem está por detrás do nickname que escreve os textos. Sobretudo, quando estes permanentemente insinuam, acusam, desvalorizam, insultam e fazem uma santa guerra a tudo e todos que não têm a Graça de partilhar as suas opiniões.
Vem isto a propósito deste blogue (não de todos os seus participantes mas, infelizmente, daqueles que o têm matizado em demasia). Ultimamente anda assanhadíssimo contra Pacheco Pereira. Mas, em vez de tentar desmontar as suas razões, prefere expelir contra o autor do Abrupto qualificações deste género:
«snob arrogante, convencido e egocêntrico para não dizer muitas vez um bluff insuportável».
Será que uma coisa destas constitui um livre exercício de opinião? Idóneo? Legítimo?
Julgo que não. Sobretudo, mas não só, porque quem injuria desta forma não dá a cara. E ao se acobertarem na sombra do anonimato não permitem um contraditório claro e digno. Leal.
Do mesmo modo, o rancor destes encobertos vira-se para os que ousam rebater as suas lindas versões acerca das vicissitudes naquilo que julgam ser a sua coutada, a Justiça: «Até quando teremos que aguentar os palpites avulsos e opiniões particulares de comentadores como Eurico Reis ou Pinto Ribeiro?»
Uma vez mais, a confusão é evidente - Pacheco Pereira, Eurico Reis e Pinto Ribeiro, põem a cara onde têm as suas opiniões. Não se ocultam, não atiram a pedra e escondem a mão, o braço ou o resto do corpo. Sabemos quem são, o que fazem e o que pensam. Até podemos ajuízar da congruência entre o que dizem e como agem. Quem os ataca, não.
Por isso, concordando ou discordando das suas visões, prefiro «aguentar os palpites avulsos e opiniões particulares» de pessoas assim do que aturar o estilo embuçado dos seus detractores.
E não gostaria que esse caminho, sinuoso e sorrateiro, fizesse estilo na blogosfera.