30.4.06

O fabuloso destino do cidadão estimulado

Ainda sobre a medida de Sócrates de estímulo à natalidade:
(recordo que Sócrates pretende dar um desconto nas contribuições para a Segurança Social a quem tiver mais de 2 filhos)

1. Actualmente já existem famílias com mais de 3 filhos pelo que o governo terá que pagar para estimular aquilo que já existe ou aquilo que de qualquer das formas existiria sem o estímulo.

2. Uma criança que nasça hoje será consumidor de bens públicos por mais de 20 anos durante os quais não contibuirá para o sistema. Consumirá serviços de saúde, educação e beneficiará de uma série de benesses pagas pela própria Segurança Social como abonos de família e outros subsídios.

3. Quando começar a contribuir para a Segurança Social, por volta de 2026-2030, o cidadão resultante de tal estímulo adquire o direito a uma reforma pelo que passa a ser credor do estado. Ou seja, o estado, para além estar a estimular o nascimento de uma criança que constituirá um encargo para o Orçamento de Estado durante 20 anos está também a estimular o aparecimento de um credor. Para o esquema dar lucro, o estado terá que defraudar este credor pagando-lhe menos do que é devido quando ele se reformar (Por volta de 2096, tendo em conta a indexação à esperança de vida). Para além do mais, grande parte das contribuíções terão que ser usadas para cobrir o dinheiro investido na educação do cidadão estimulado.