13.5.04

EM TERRA DE CEGOS...

Os dois galfarros da fotografia da «posta» imediatamente anterior, só fazem o que lhes apetece e vai na alma, dada a enorme confusão que é o ordenamento jurídico-constitucional da União Europeia: quando numa comunidade política não existe um texto estruturante da organização do poder, vulgo uma Constituição, vale a lei do mais forte. Neste caso, dos mais fortes, isto é, do eixo Paris-Bona. Estamos do domínio do governamentalismo, da «Europa das Pátrias», da soberania dos Estados! Então não são os governos da Alemanha e da França a entenderem-se e a porem e disporem da União? Onde está o interesse supranacional? E as instituições comunitárias a funcionar? Não funcionam porque são, cada vez mais, simples intrumentos da vontade dos Estados.
Mas, não é, no fim de contas, isso mesmo que pretende o PND: uma Europa dos Estados? Só que, nessa eventualidade, numa comunidade política onde impere somente a vontade dos Estados, mandarão sempre os mais fortes. Como sempre aconteceu na comunidade internacional europeia.
Ora, foi precisamente para voltar a impedir que isso sucedesse, depois de 1945, que as Comunidades Europeias foram feitas.