Numa vulgar quinta feira, dia de plenário na assembleia da república (as minúsculas são propositadas) estava agendada a votação de um importantíssimo diploma. Tratava-se da regulamentação do Código do Trabalho, diploma no qual, entre outras coisas, se criam novos tipos de crime.
A reforma da legislação do trabalho deveria ser uma das grandes batalhas da coligação governamental.
Deu-se o caso de tal diploma exigir, para poder ser aprovado, que pelo menos metade mais um dos deputados esivessem presentes na sala. 116 era o número mágico. 116 de 230.
Os grupos parlamentares da maioria têm, por si só, mais do que os 116 deputados do chamado quorum constitutivo.
Leonor Beleza presidia à sessão, em substituição de Mota Amaral. E deu-se conta que dos 230, 122 deputados da nação, incluindo necessariamente muitos da maioria (até porque pelo menos alguns da oposição estavam presentes), tinham feito gazeta, invibiabilizando a votação. Os respectivos nomes, para memória futura, serão publicados dentro de dias nesse reportório tragi-cómico que dá pelo nome de Diário da Assembleia da República.
Será que os faltosos estavam a postar nos novíssimos blogues da assembleia?
Por falar em memória futura (no caso, um arquivo de 1999), aqui fica a hiperligação para o registo da posição do candidato da coligação do PSD ao Parlamento Europeu sobre a questão do Vinho do Porto sul-africano (via Educção Accionária)