4.5.04

Ninguém se demite?

Todos os anos, dezenas de milhar de cidadãos concorrem ao concurso nacional de docentes dos vários níveis de Ensino Não Superior. Todos os anos há problemas nos concursos, umas vezes por simples mau funcionamento do sistema, outras por episódios de nepotismo, como sucedeu no ano passado. Este Governo procurou combater estes últimos, criando uma única fase do concurso, em vez das duas (mais os "mini-concursos") que vinham de há longos anos.
Ontem foi divulgada a "lista provisória de graduação". Milhares de candidatos foram pura a simplesmente excluídos porque não preencheram um campo do impresso, seguindo instruções erradas do próprio Ministério da Educação.
Outros foram excluídos com justificações inexistentes (as causas de exclusão são indicadas através de um código que deveria permitir a identificação do erro ou do vício que levou à exclusão; alguns desses códigos não têm qualquer correspondência na listagem de erros...).
A gravidade foi tal que o Ministro da Educação se apressou a anunciar que irão ser apresentadas novas listas, igualmente provisórias, às quais se seguirá novo período de reclamações.
Fica bem a David Justino reconhecer prontamente o erro. Mas não se compreeende como é que, depois dos problemas ocorridos no ano anterior, o "sistema" não foi devidamente testado e actualizado e não se fez uma verificação das listas, por amostragem que fosse, antes da sua divulgação. Atendendo à dimensão dos erros (com todos os candidatos das regiões autónomas, por exemplo, a serem excluídos), não teria sido difícil detectá-los e adiar a divulgação das ditas listas de gradução até a situação estar minimamente resolvida.

Assim, vamos ter um período de reclamações destas listas provisórias (até sexta-feira) e novo período de reclamações depois da publicação das "listas provisórias definitivas", nos termos anunciados em comunicado do Ministério. Isto se não houver, entretanto, novas instruções. Não seria a primeira vez que tal acontecia este ano...