Entre outros defeitos, o problema central de Fahrenheit 9/11 é que se trata de um cadinho de temas que apenas se cruzam pela manipulação do autor. O desfavorecimento das minorias negras ombreia com a fraude eleitoral da Florida; as ominosas relações das famílias Bush e Saud com as férias prolongadas do presidente; a importância e os privilégios sauditas em território americano com a guerra do Iraque; esta com o regime taliban; e o excesso de zelo com a falta do mesmo nos controlos aeroportuários. Pelo meio, explora indecentemente o sofrimento de uma mãe que perdeu o filho no Iraque.
(...)
Justamente porque o que me move na contestação à administração Bush e na oposição à guerra do Iraque é a justificação desta através da mais desavergonhada manipulação dos factos e dos sentimentos de insegurança dos cidadãos, o filme de Moore só pode repugnar pela técnica manipuladora de que se socorre.
4.8.04
De esquerda mas com bom senso
Contra a manipulação: manipular, manipular!, Pedro Machado escreve no País Relativo sobre Fahrenheit 9/11 e Michael Moore.