24.8.04

Energias renováveis & transportes públicos

Segundo a Lusa, um estudo da DECO, a publicar em Setembro demonstra que "andar de carro em Lisboa e no Porto ainda é mais barato do que usar os transportes públicos" [desde que o automóvel seja utilizado para transportar mais do que uma pessoa]. Segundo o mesmo estudo, verifica-se que "o automóvel é a solução mais rápida na maioria dos casos, permitindo ganhar algumas horas no final da semana".
Isto apesar do enorme investimento efectuado na melhoria da rede de transportes públicos naquelas duas cidades.
Todos (ou quase todos) concordam que é excessivo o número de automóveis a circular nas grandes cidades, sobretudo em movimentos pendulares, das zonas residenciais dos "arredores" para as de comércio e serviços do centro.
Em face daqueles dados, porém, não é de estranhar que os utilizadores do transporte individual continuem a aumentar, em termos absolutos e relativos.
Os transportes públicos têm vindo a melhorar, em termos de qualidade e fiabilidade, mas não o suficiente para combater a tendência. Este estudo pode justicar, em parte, o insucesso relativo dos transportes públicos: apesar da fixação administrativa e subsidiação das tarifas, continuam a não ser financeiramente competitivos.
Em Amsterdão, como pude verificar há poucos dias, resolveram o problema através dos preços. Uma hora de estacionamento na rua (onde é facil encontrar um lugar livre, apesar de estes não abundarem) custa a módica quantia de ?3,20 (três euros e vinte cêntimos), das nove da manhã à meia noite...

Nota: Não sei se o estudo da DECO, ao contabilizar os custos do trasporte individual teve em conta estacionamento pago e desgaste e desvalorização dos veículos.
Suspeito que não, já que a revista recomenda a aposta nos veículos a gás ou híbridos (gasolina e electricidade), que, como se sabe, até custam menos que os "convencionais"...