2.8.04

Felizmente, também há bons artigos no Público de hoje (2)

Doha a Quem Doer, por Luís Salgado Matos.

O proteccionismo agrícola da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos da América é a causa da pobreza. Nós subsidiamos os preços, os manos "yankees" subvencionam o rendimento dos agricultores. Ambos distorcemos o comércio livre pois impedimos os Estados pobres de se dedicarem a produções agrícolas e pecuárias para as quais têm as vantagens do solo, do clima e da mão-de-obra.

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O comércio livre, pelo contrário, cria a riqueza e facilita a esperança que não deixam nascer nem medrar o terrorismo. Por isso, este acordo de Genebra anima uma das duas revoluções que constroem o mundo uno: a revolução do comércio cujo papel libertador está longe de estar esgotado - e exige hoje o fim do proteccionismo agrícola do Atlântico Norte e do Japão. A outra revolução que une a humanidade é a da Bíblia.

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Nesta concretização há o risco de os interesses instalados combaterem o novo passo para a liberdade comercial. Os proteccionistas surgem onde menos esperamos. Já há ONG a combaterem o recente acordo sobre o algodão, em nome dos interesses dos países mais pobres - que elas aliás não representam. Os países da UE portaram-se menos mal em Genebra - mas continuarão assim? Doa a quem doer - incluindo a nós, portugueses, que teremos que aproveitar as novas oportunidades -, a liberdade de comércio deve ser estendida aos Estados pobres.