31.1.05
ELEIÇÕES - III
Verdadeiramente, em trinta anos de III República, descontando os tempos revolucionários do pós-25 de Abril, o país só demonstrou demoradamente esperança nos seus governantes com as maiorias absolutas de Cavaco e a primeira legislatura de Guterres. Fora isso, e mesmo em parte desses períodos, sucederam-se as trapalhadas e as confusões, e se alguma coisa atraíu a atenção dos portugueses foi mais o aspecto lúdico e circense do fenómeno político, do que propriamente um interesse cívico dos governados por aquilo que fazem os seus governantes. Pouco mais de dez anos de alguma sobriedade na «coisa pública», em trinta que já leva o regime é francamente muito pouco.