A propósito da questão chinesa, muito se tem discutido, neste como noutros blogues, a dicotomia "free trade" vs "direitos (ou liberdades) individuais".
O livre comércio (nas suas várias vertentes - interferência nula ou mínima do Estado, liberdade de criação de empresas, inexistência de restrições alfandegárias ou de outro tipo que possam ser consideradas "proteccionistas") é a forma mais eficaz que se conhece de afastar os indivíduos em massa da probreza, por um lado, e de assegurar, de modo duradouro, as suas liberdades individuais. Desta forma, acabar com as pautas alfandegárias para os têxteis e tantos outros produtos made in China parece ser o melhor caminho para assegurar aos chineses direitos e liberdades progressivamente mais próximos daqueles que existem nas democracias ocidentais.
Todavia, isto não significa que a China seja um "estado liberal". Nem significa que devamos "fechar os olhos" àquilo que por lá se passa, nomeadamente as situações retratadas nesta posta do CAA (na qual, confesso, ao contrário de outros bloggers, blasfemos e não-blasfemos, não consigo ler qualquer defesa do proteccionismo "contra os produtos chineses").
Liberalismo significa também o meu (enquanto indivíduo) direito de recusar (como reconhece o AAA na posta anterior) consumir produtos que tenham sido produzidos em condições que, por qualquer razão, entendo não serem adequadas ou correctas. E a denúncia dessas condições não constitui qualquer medida proteccionista (ou defesa de medidas proteccionistas), mas simples informação de mercado. Informação que considero especialmente relevante.