21.5.07

Miguel Cadilhe contra a destruição da Portela

Miguel Cadilhe no Expresso:

O NAL, novo aeroporto de Lisboa, é o tema do livro ‘O Erro da Ota e o Futuro de Portugal’. Depois de o ler, reforcei a opção ‘Portela+1’. Não gosto de destruir boas infra-estruturas, nem o país pode com isso. Prefiro conservá-las bem. Fecha-se a Portela e destrói-se o que lá está, mas porquê? Bane-se a hipótese do ‘+1’, mas porquê? Ergue-se, de raiz, o mais caro de todos, mas porquê? Subalterniza-se o efeito dos voos «low cost», e o do TGV, e o do preço final ao cliente, mas porquê? Não há uma ‘análise custos-benefícios’, completa e independente, do NAL e suas alternativas, mas porquê?

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Que diabo, Portugal não é um país rico. A solução Ota, mais seus acessos, mais obras intercalares da Portela e, depois, a integral delapidação (sim, claro, pronto que esteja o NAL), mais imprevistos do costume, tudo poderá rondar os 5 a 6 mil milhões de euros só de investimento. Uma enormidade! Uma péssima consignação de recursos.

Porque os recursos disponíveis - públicos e privados, incluindo a dívida externa - não são ilimitados no todo da economia. Ilude-se quem pensar que afasta esta restrição macroeconómica privatizando o projecto do NAL, ou gerando com ele negócios imobiliários.