Foi esse o comentário do ministro Luís Amado quando anunciou que o Governo não irá receber o Dalai Lama. Por todo o lado, o líder espiritual dos tibetanos é acolhido por Governos e Chefes de Estado que pouco se importam com as ameaças de Pequim. Nós não. Pela segunda vez. Em 2001 Guterres fez a mesma triste figura. E Jorge Sampaio preferiu inventar uma cegada: simulou um encontro casual no Museu Nacional de Arte Antiga, circunstância e local que traduziam bem a tortuosa feição da sua presidência.
Seis anos depois, perante a jactância da ditadura chinesa, as autoridades portuguesas humilham-se novamente. Para, em seguida, imaginando-se muito coerentes e sem qualquer pingo de vergonha, Cavaco, Sócrates, Amado e as imitações que se lhes seguirem, continuarem a bradar na Europa e em todo o Mundo pela defesa intransigente dos direitos humanos e da liberdade. Obviamente.
* Publicado no Correio da Manhã.