15.9.07

Há coisas fantásticas, não há?

«Obra foi localizada nos espaços de reserva do centro
CCB encontra no seu acervo quadro de Júlio Pomar desaparecido desde 2003 14.09.2007 -
O Centro Cultural de Belém anunciou hoje ter encontrado no seu acervo um quadro de Júlio Pomar, intitulado “Camões”, dado como desaparecido há quatro anos.
Num comunicado enviado às redacções, o gabinete de imprensa do CCB adianta que a pintura de 1989 foi encontrada durante “a reorganização dos espaços das reservas” do centro, tendo já sido comunicado o facto ao pintor e à Polícia Judiciária, que abrira um inquérito ao desaparecimento. O quadro, um acrílico sobre tela de grandes dimensões (1,95mx1,30m), foi dado como desaparecido em Setembro de 2003, quando a Presidência da República solicitou ao Ministério da Cultura a sua cedência, a fim de ser integrado numa exposição de Arte Portuguesa que iria realizar-se em Istambul, adianta a nota.Um inquérito interno ao caso, ordenado pelo Ministério da Cultura, terminou meses depois sem que a obra tivesse sido localizada, conseguindo-se apenas apurar que fora vista pela última vez em público em Junho de 1994, numa exposição em Paris, tendo sido entregue ao CCB três meses depois. ###
Nos dois anos seguintes, surge listada em documentos internos, mas após 1996 não há mais informações sobre a sua localização no acervo. Referindo-se às conclusões do inquérito, em Janeiro de 2004, o semanário “Expresso” noticiava que a então directora do centro de exposições, Margarida Veiga, sublinhava “não era possível assegurar a total inviolabilidade das reservas” do CCB. Apesar do desaparecimento, nem o CCB nem o Ministério da Cultura apresentaram queixa às autoridades, mas a Polícia Judiciária acabaria por incluir o quadro na lista de obras de arte furtadas de colecções públicas – uma informação que é ainda visível no seu site. O acrílico foi adquirido a Júlio Pomar, por dez mil contos (50 mil euros), quando Vasco Graça Moura dirigia a Comissão dos Descobrimentos, tendo ficado registado como propriedade do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), ficando na posse do CCB.
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