Li "A estrela de Joana" o livro de um dos investigadores do caso tão relembrado a propósito da actual novela luso-britânica. Desde logo, por alguns dos polícias serem os mesmos. É uma narração de horrores: a descrição das hipóteses policiais deixa qualquer um numa incómoda estupefacção. Mas a falta de rigor e rumo na investigação e o ‘desenrascanço’ como modelo de actuação policial, também não deixam ninguém indiferente. A certo passo é dito que a investigação “tem a ver com a primeira hipótese que é formulada” e todas as provas são recolhidas a partir daí. Ou seja, primeiro alcança-se intuitivamente a solução, depois tenta-se sustentar a verdade já adquirida!
Seja como for, uma coisa é certa – dificilmente os McCann, por serem súbditos de Sua Majestade, cairão naquela escada da Judiciária algarvia que dizem provocar lesões tão insólitas nos dois olhos dos arguidos.
* Publicado no Correio da Manhã