11.9.07

Uma memória um pouco selectiva

O Parlamento Europeu instituiu o "programa Europa para os cidadãos , destinado a promover a cidadania europeia activa".
Isto traduzido em euros quer dizer 215 milhões de euros para gastar em seis anos nos inquéritos e acções que mostram inevitavelmente que são necessárias mais acções idênticas.
Entre as acções deste programa da promoção e, digo eu, da invenção duma "cidadania europeia activa", seja lá isso o que for, conta-se um capítulo intitulado "Memória Europeia Activa".
E do que nos devemos nós lembrar? Dos crimes do nazismo e do estalinismo. No linguajar europeu o comunismo não é responsável por nada. E aquilo que existiu foi o "regime estalinista".
Mas não apenas os criminosos que são tratados de forma diversa consoante servissem a suástica ou a foice e martelo.
A memória das vítimas também é tratada de forma diversa: em ambos os casos se prevê o apoio à «preservação dos memoriais e arquivos que documentem esses acontecimentos». Mas
quando se refere o nazismo diz-se que se procura também "manter viva a memória das vítimas, assim como a memória daqueles que, em condições extremas, salvaram pessoas do holocausto". Já para as vítimas do designado estalinismo os arquivos e os memoriais são suficientes. Não se apoia nem a memória viva das vítimas nem se concebe sequer que tenham existido pessoas que em condições extremas salvaram outros.
http://register.consilium.europa.eu/pdf/pt/06/st09/st09575.pt06.pdf