10.8.04

A economia segundo o Crítico III

Caro Crítico, há algumas coisas que eu não percebo:

1. Se o estado ajuda a banca nacional pedindo-lhe um empréstimo, isso não provoca escassez de capital e aumento da taxa de juro. E as empresas nacionais não passam a ter mais dificuldade a aceder ao crédito? E isso não é mau?

2. Se o défice «incentiva a poupança se o empréstimo for contraído junto de particulares» então o défice inibe o consumo privado. Mas ainda há pouco o Crítico defendia que o consumo estimula a economia.

3. Se o Crítico baixar os impostos sem diminuir a despesa, os funcionários do sector público e os recursos empatados no sector público não são os mesmos? E se nada passou do sector público para o sector privado então os recursos existentes no sector não são os mesmos? Nesse caso porque é que uma baixa de impostos acelera a economia?

4. Pelo que eu percebi, o estado vai buscar o valor do défice à economia privada (à banca ou aos particulares) e volta a injectá-lo na economia privada através da despesa. O Crítico diz que a injecção do dinheiro relativo ao défice na economia privada estimula a economia. Mas então quando os bancos cedem esse mesmo dinheiro ao estado não devia haver um efeito de inibição da mesma ordem de grandeza? Afinal o dinheiro está a ser retirado da economia privada. (é a segunda vez que faço esta pergunta. Eu juro que se me responder eu não volto a fazê-la)

5. Mais subtil um bocadinho: se o estado pede dinheiro aos bancos para beneficiar os privados, e se esse dinheiro vai ser pago com os impostos dos privados, o estado não será um intermediário inútil? Porque é que o estado não acaba simplesmente com o défice. Sem défice os impostos futuros são mais baixos e os privados têm margem para irem pedir esse dinheiro aos bancos.

5. Os funcionários públicos querem ser aumentados todos os anos. Como é que lhes vai pagar o aumento?

6. Se o Banco Central reduzir a massa monetária em circulação está a tirar dinheiro às pessoas e às empresas. Quer isso dizer que se o Banco Central aumentar a massa monetária em circulação está a dar dinheiro às pessoas e às empresas?

7. Vamos supor que o Banco Central Americano resolve vender algumas toneladas de ouro retirando dessa forma milhões de dólares de circulação. Que pessoas e que empresas são prejudicadas?