O chamado "Segredo de justiça" deve ser um dos negócios mais rentáveis em Portugal.
Já repararam que apenas quando um determinado processo se encontra na fase de "segredo de justiça" é que se fala dele? E sempre de uma forma circunscrita os interesses de quem divulga tais "segredos"?
E que passada a fase de "segredo de justiça", quando se pode falar abertamente dos factos e das pessoas, das testemunhas, enfim, quando um jornalista pode ter acesso ao processo, estudá-lo, comparar versões, factos, ouvir os intervenientes, especialistas e contar a história que lá está ou que dali se extrai, nunca ninguém o faz? É uma demissão de funções perfeitamente inexplicável. Mas que sempre se repete.
Limitam-se a dar umas pinceladas meio cinzentas durante a fase de julgamento e muitas noticias aborrecidas sobre adiamentos, recursos e contra-recursos, em que todos os personagens surgem invariavelmente com uma aura de vítimas da burocracia judicial.
