Termino aqui - pelo menos publicamente - a provocação que iniciei há dias "contra" um amigo.
As respostas do João Noronha denotam, para quem ainda tivesse dúvidas, a profundidade das suas convicções. O facto de eu entender que existem águas difíceis de misturar é algo que continuarei a defender, porventura a discutir, mas de que não quero convencer ninguém.
Muito menos ofender, nem magoar, os poucos que se bastam com a sua fé.
O João extravasa boa vontade no caminho que escolheu. Sinto-me como um dos amigos desapontados da história que narrou. Só isso.
Apenas espero que o João, para onde vai, não se esqueça de quem era, do muito em que acreditou. Que a liberdade é o valor fundamental. Que um homem não se verga perante ninguém, nem o próximo, nem qualquer organização. Que a obediência cega só interessa a quem manda e nunca a quem serve. Que a prostração intelectual, a ausência de dúvida metódica e o mimetismo ritualizado, abafam o indivíduo transformando-o numa aberração voluntária.
E que mesmo aqueles que verdadeiramente anseiam serem bons aos olhos de Deus dificilmente o conseguirão se estiverem em estado de sujeição a uma qualquer organização - pois estas são sempre humanas e, inapelavelmente, servem apenas os interesses de quem as dirige aproveitando-se daqueles que, transbordando em fé, chegam a acreditar que os maus meios justificam os fins aparentemente sublimes.