Bagão Féliz anunciou a "solução" imediata para respeitar o PEC: volta a recorer ao Fundo de Pensões da CGD, mantendo, dessa forma, o déficite público na casa dos 3% do P.I.B.
1 - Ora, no estado em que as coisas (leia-se, as Finanças Públicas) se encontram, julgo ter sido a única solução..."à mão"! Não critico, não encontro outras alternativas...para resolver o problema, de imediato!
2 - Agora, também compreendo a posição dos trabalhadores da CGD. Compreendo a sensação que têm de que o Estado lhes foi "ao bolso"! Foi mesmo.
Mas, bem vistas as coisas, o Estado acabaria sempre e recorrentemente por nos ir "ao bolso" (a todos nós, trabalhadores ou não da CGD), uma forma ou de outra! Um déficite excessivo, descontrolado (com ou sem PEC) significa sempre, a médio prazo, um ir "ao bolso" dos cidadãos, sob a forma de acréscimo de impostos e/ou de outras receitas públicas (taxas, por exemplo)....
3 - O problema, o verdadeiro problema está no seguinte: pelo segundo ano consecutivo, o Natal é marcado pelo "déficite" público. Em 2003, com Ferreira Leite, era a titularização dos créditos do Estado, ao grupo Citybank. Em 2004, é a transferência/nacionalização de fundos da CGD (fundo de pensões autónomo), para a C.G.Aposentações (OGE).
E para o ano que vem? O que se discutirá em 2005?
4 - Note-se que, segundo alguns comentadores e especialistas, para "cumprir o déficite" em 2005, será necessário providenciarem-se cerca de 3.000.000.000 (três mil milhões) de Euros, em RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS! O que é que, no Natal do próximo ano, estaremos a discutir? Novamente a venda de património imobiliário? A alienação da TAP e da RTP (finalmente)? O confisco dos subsídios de Natal dos Portugueses? Ou um acréscimo da tirania fiscal, a bem da despesa pública que, desde sempre, não para de crescer?
5 - Conclusão: Quando será que, politicamente, vai existir coragem para emprender uma verdadeira, radical REFORMA DO ESTADO? ...Que significa, em termos práticos (e deixando de lado todas as réstias de "preconceitos Keynesianos") combater ferozmente a despesa pública?