Rui Tavares acha que as próximas eleições devem ser "uma festa encarada com optimismo" porque "[p]ior do que estávamos não pode ser, pessoal".
Creio que manifestações de entusiasmo como esta são perfeitamente compreensíveis e que devem servir de alerta para todos quantos não se reconhecem na área política a que pertencem os seus autores.
O actual panorama político nacional não me parece particularmente animador mas estou certo de que podemos ficar muito pior "do que estávamos". Bastará para tal que as eleições de 20 de Fevereiro possibilitem à extrema-esquerda chegar ao poder (ou exercer sobre ele uma influência considerável através de arranjos parlamentares). Creio aliás que a possibilidade de a extrema-esquerda obter uma influência política decisiva deverá ser a principal preocupação nas próximas eleições de todos quantos rejeitam o modelo totalitário que (mais ou menos disfarçadamente) essas forças políticas defendem.
Dia 20 de Fevereiro, mais importante do que a escolha entre uma das variantes de social-democracia propostas será evitar a ascensão da extrema-esquerda ao poder. Num contexto político muito pouco estimulante essa será, pelo menos para mim, a principal razão para votar.