8.1.05

Prevenção de tsunamis no terceiro mundo

Caro Bruno,

Conta-se que há uns anos, um país africado decidiu desenvolver-se pelo método keyneasiano tão do agrado dos socialistas liberais de esquerda. Foi criado um plano de investimento em estrada, linhas de caminho de ferro e centrais hidroeléctricas. Foram importadas toneladas de cimento e de aço de todo o mundo para rapidamente se descobrir que com as minusculas instalações portuárias do país seriam necessárias décadas para desembarcar aquilo tudo.

Ora, 2 milhões de euros é o preço dos detectores de tsumanis.

Os detectores de tsunamis não servem para nada se não existir um satélite para retransmitir as medições em tempo real.

O satélite não serve de nada se não existir um ou dois centros científicos em terra para tratar os dados, fazer previsões e informar a protecção civil.

Os dois centros científicos não servem de nada se não forem à prova de terramoto e se não existir uma rede de comunicações igualmente à prova de terramotos.

As linhas de comunicação não servem de nada se não existirem sistemas de proteccão civil eficientes.

E os sistemas de protecção civil eficientes não servem de nada se não existirem formas de avisar as populações em tempo real, o que é um bocado dificil em países onde não estão generalizados os sistemas de comunicação modernos.

E mesmo que as populações sejam avisadas em tempo real é necessário que elas estejam treinadas para reagir imediatamente aos avisos.

E mesmo que as populações estejam treinadas para reagir, podem não existir meios de transporte que garantam uma evacuação eficiente e sem vítimas.

E mesmo que os meios de evacuação existam, pode não haver tempo suficiente para fugir. O tsunami atingiu Aceh poucos minutos após o terramoto. Um sistema de alerta teria servido para muito pouco.

Nota: Este sofisticado sistema de prevenção só seria usado uma vez em cada século.