Caro Bruno:
1. A ideia de que um sistema de vigilância de tsunamis restaura a confiança dos turistas e das populações é uma conjectura do Bruno. Eu não tenho dados para supor que há falta de confiança nem para concluir que a forma mais económica de restaurar a confiança é a instalação de sistemas de vigilância de tsunamis. O racionalismo tem destes problemas: as conjecturas individuais de alguns opinion makers tendem a ser promovidas a verdades de estado.
2. Por muito que lhe custe a acreditar, desde que não se saiba quando o maremoto vai ocorrer, a forma racional de encarar os seus custos é dividi-los por médias anuais. Se assm não fosse, todos os recursos deveriam ser aplicados à prevenção de terramotos, tsunamis, megatsunamis, explosões vulcânicas, impacto de meteoritos, explosões de supernovas, peturbações gravitacionais e invasões de extraterrestres. Será que o Bruno sabe que um impacto de um meteorito na Terra pode causar a extinção de quase toda a vida no planeta?
3. O custo não precisa de ser dividido pela população que o sistema serve porque:
3.1. as aplicações alternativas do mesmo dinheiro servem a mesma população
3.2. o que conta são as vidas que podem ser salvas e não a população que pode ser servida pelo sistema.
4. Finalmente, se o Bruno defende que devem ser as populações decidir, então qualquer discussão racional sobre política de risco é inútil. Não interessam os argumentos, o que interessa é a vontade da maioria. E a minoria se não gosta, que se cale. Se o Bruno não aceita a ditadura da razão também não pode aceitar a ditadura da maioria.