30.7.05

Onde é que estão os estudos?

1. Nicolau Santos diz no Expresso que já foram feitos 134 estudos sobre o novo aeroporto. Onde é que eles estão?

2. O estudo mais citado, mesmo pelo ministro da Economia, é o estudo de Marvão Pereira, que nada tem a ver com a Ota, que tem uma lógica keynesiana totalmente falaciosa porque não considera os custos de oportunidade e que quanto muito prova que o investimento público foi produtivo numa época em que o país não tinha infraestruturas.

3. Manuel Pinho no Expresso cita estudos genéricos sobre investimento em infraestruturas que nada nos dizem sobre o investimento concreto na Ota e no TGV. Do facto o investimento público ter sido produtivo no passado não se segue que o invesmento público seja sempre produtivo nem que o investimento público em transportes é o melhor que se pode fazer. Mais uma vez não se analisa o custo de oportunidade para os casos concretos em discussão.

4. Manuel Pinho não considera a questão chave: porque é que a Ota é melhor que a solução Portela + 1?

5. Manuel Pinho faz lembrar os dirigentes soviéticos que mediam o progresso económico em toneladas de aço produzido. Manuel Pinho quando fala nos 10 mil quilómetros de alta velocidade a construir em Espanha sugere que o progresso económico se mede em quilómetros de linha férrea. Ora, um país pode ter muitos quilómetros de linha férrea mas se esses quilómetros não forem economicamente rentáveis, então é porque esses quilómetros representam um peso para o resto da economia em vez de prestarem um serviço útil.

6. Há uns estudos publicados na net, mas esses estudos não respondem à duvidas essenciais que têm sido colocadas:
- porque é que a Ota é melhor que a solução Portela + 1?
- como é que o tráfego da Portela vai reagir às low costs e à evolução do preço do petróleo?
- a Ota terá o monopólio do trafego internacional? Os interesses do aeroporto do Porto e de Faro serão sujeitos aos interesses da Ota? Haverá no futuro concorrência entre aeroportos?
- quanto é que vão custar os serviços prestados pela Ota?
- quem assume os riscos do negócio, o estado ou os privados?