O email oficial e o monopólio dos CTT

As políticas do estado visam muitas vezes resolver problemas ninguém sente, excepto os próprios agentes políticos que têm um interesse próprio em defender um determinado satus quo. O estado mantém há muito uma empresa pública de correios totalmente desfasada da realidade e que mais cedo ou mais tarde terá que enfrentar a liberalização do mercado. Há duas formas de preparar uma empresa pública para a liberalização dos mercados: obrigá-la a responder aos sinais dos mercados ou criando-lhe uma reserva de mercado que sobreviva à liberalização. É este segundo caminho que o governo pretende seguir nos CTT ao atribuir a esta empresa a gestão das caixas de email dos portugueses. Estas caixas, das quais se dizem maravilhas, não são uma solução para os problemas dos portugueses, são uma solução para os problemas dos CTT. Se fosse um problema dos portugueses, o governo não teria optado por atribuir a sua gestão aos CTT em regime de monopólio. Teria aberto um concurso público de certificação de caixas de correio electrónico a todas as empresas do ramo. Não foi aberto concurdo nenhum porque o que se pretende é criar uma reserva de mercado.