Um dos debates mais interessantes actualmente no espaço público versa sobre o alcance e os limites da interferência do estado, através do governo ou de entidades reguladoras, nos media, principalmente na televisão.
E um dos aspectos mais curiosos é que muitos dos que bramam constantemente contra a selva televisiva, o baixo nível, são os primeiros a contestar agora qualquer poder de iniciativa estatal. Houve quem acordasse a acreditar (novamente?) na bondade da natureza humana. Comovente...
Mas de qual natureza humana é que devemos desconfiar, da dos membros do governo, ou da dos membros das autoridades reguladoras?
Ontem o Mário Crespo dizia ao ministro Santos Silva qualquer coisa como o seguinte: quem olha para a lista de membros da Entidade Reguladora da Comunicação Social não vê nenhum conjunto de sábios. Vê gente empenhada politicamente. Alguns até já foram assessores políticos.
Pode a selva política corrigir a selva televisiva?