1.7.07

Tolerância e reciprocidade

Tit fo tat

Reciprocal altruism

Prisoner's dilemma

Claro que uma instituição como a DECO, que é extremamente picuinhas com os bancos, não pode esperar tolerância quando dela precisa. O que esta história mostra é que um determinado nível de tolerância por parte dos bancos serve de almofada contra alterações arbitrárias dos contratos por parte do Estado por pressão dos devedores. Se os devedores exercerem pressão para que o Estado altere os contratos sem o consentimento do banco, o banco pode retaliar deixando de ser tolerante. Ou seja, num cenário em que o próprio Estado contribui para a incerteza do direito contratual, é o próprio banco que tem interesse em manter uma margem de incerteza no contrato original. Margem essa que poderá usar, ou não, conforme as condições de mercado. A intervenção do Estado nos contratos é o mecanismo que cria as condições de mercado que tornam possível o uso dessa margem. A intervenção do Estado faz deslocar a curva da oferta de todos os bancos na mesma direcção o que implica que todos os bancos ficam com um incentivo para encarecer o crédito.