12.9.07

Aviltante!

É a postura das autoridades portuguesas ao se vergarem às pressões das autoridades chinesas e não aceitarem receber oficialmente o Dalai Lama. Caricata a preocupação da Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros em realçar que recebe o líder espiritual tibetano a título particular, só comparável ao ridículo da atitude de Jorge Sampaio em 2001, quando forjou um encontro no Museu Nacional de Arte Antiga.

É aliás curioso analisar os diferentes critérios das nossas autoridades, oscilando entre a real politik e a “política de causas”. Compare-se, a este propósito, os casos tibetano e palestiniano, invocando a mesma causa para a resistência, a ocupação do seu território por uma potência estrangeira: recusa permanente por parte dos dirigentes portugueses em receberem o Dalai Lama, um resistente apóstolo da não violência; recepção quase sempre eufórica de Yasser Arafat, um “senhor da guerra” com o curriculum repleto de mortes e destruição. Recordo uma foto, aquando da sua primeira visita a Portugal, num efusivo abraço ao então Presidente Eanes, em que era visível a pistola no cinturão. Seriam então admissíveis pressões, análogas às que a China agora faz, de Israel ou dos Estados Unidos?

Sobre este assunto, recomenda-se a leitura deste artigo de Paulo Morais.