Há três qualidades que fazem um bom treinador de futebol: estruturar o trabalho da equipa, ter uma boa leitura de jogo e, por último, conseguir galvanizar os jogadores, dar-lhes alento, fibra e brio, que os façam superar os seus limites.
Jesualdo tem o primeiro destes atributos. Mourinho cumula os três. Scolari demonstrou ser perito em psicologia: da equipa e, sobretudo, das multidões.
A selecção de Scolari quase nunca jogou bom futebol. Eram equipas confusas e confundidas, mal organizadas e sem fio de jogo, com os jogadores meio perdidos. Os resultados apareceram porque Scolari sabia entusiasmar os atletas, culturalmente predispostos a resvalar na apatia do fado perante a adversidade – agora, nem isso se aproveita.
Desde que chegou a Portugal, Scolari distinguiu-se como um chefe de claque. No final do jogo de quarta-feira, comportou-se como precisamente como tal.
* Publicado no Correio da Manhã