6.12.07

Outras vozes (2)

«No entendimento que faço do liberalismo, à esquerda e à direita, enquadro-o num conjunto de valores que resultam amplamente da Razão, da modernidade das três revoluções (Industrial, Americana e Francesa), da separação de poderes, do pluralismo, do laicismo, da multiplicidade cultural, do respeito absoluto pelo homem. Reduzir o liberalismo ao «Estado mínimo» e à regressão total de direitos sociais, ou usá-lo para legitimar posições intolerantes, parece-me não só inconsequente como antiliberal. São assim todas as vias de sentido único, dogmáticas, a quem incomoda a dúvida

Tiago Barbosa Ribeiro, Kontratempos

(Concordo com o essencial mas não com tudo - esta é uma vertente do liberalismo mas não a única. Existem mais que lhe são complementares. Depois, não há liberalismo sem o escopo do 'Estado Mínimo'; os 'direitos sociais' têm sido o instrumento mais idóneo a aumentar a intervenção estatal; ainda, o liberalismo, todo, parte da Liberdade e do Indivíduo; por último, a expressão 'laicismo' tem sido dolosamente pervertida pelos adoradores do cilício, os que julgam melhorar a sua condição humana através da dor física e da auto-flagelação - melhor será utilizar o conceito de laicidade do espaço público cujo significado assenta na separação higiénica das igrejas e dos poderes públicos devendo aquelas actuar concorrencialmente como qualquer outro agente no seu mercado relevante num plano equitativo e evitando os recorrentes abusos de posição dominante. Mas sim, o liberalismo é a vivência da tolerância. O que, infelizmente, tem escapado a muitos, não por acaso, neste e noutros debates similares)