O mercado nunca anda a par da inovação e dos conhecimentos científicos e tecnológicos.
Há marcas que têm protótipos de carros com 110 cv de motores eléctricos movidos a hidrogénio a custos de fabrico acessíveis.
Para abastecer um carro movido a hidrogénio basta um posto de abastecimento.
O que é que este posto de abastecimento faz? Processa a separação do oxigénio e do hidrogénio.
Qual é a matéria prima? Água. Volto a repetir: Água! H2O.
Furos? Estações petrolíferas no meio do atlântico? Oleodutos com milhares de quilómetros de distância? Refinarias? Estações de armazenamento? Petroleiros transatlânticos? Camiões-cisterna? Guerras? Para quê? Basta abrir a torneira! Matéria-prima mais acessível só mesmo o ar.
Às vezes pergunto-me: de que estarão à espera para lançar estes produtos no mercado?
Que o preço do barril atinja os 70 euros? Que surga nova crise petrolífera?
Perdem milhões de pessoas e empresas. Ganham uns quantos árabes e umas quantas petrolíferas.
Vá lá. Façam justiça à teoria Shumpeteriana sobre a inovação e coloquem esses carros no mercado.
A explicação para este estranho comportamento do mercado é simples: o hidrogénio não é uma fonte primária de energia e a água não se decompõe em oxigénio e hidrogénio espontaneamente. A energia fornecida pelo hidrogénio é menor que a energia necessária para produzir hidrogénio (porque o processo é sempre ineficiente). E donde vem a energia necessária para produzir hidrogénio a partir da água? Do petróleo, obviamente.