Foi apenas necessário um mero instante para que a responsabilidade do prodígio fosse atribuída pela entidade com posição dominante no mercado relevante dos milagres e do sobrenatural em geral: obviamente, que toda aquela maravilha tinha derivado de uma intervenção directa dos pastorinhos de Fátima - nem era preciso nenhum Sherlok Holmes para achar outra solução! -, assim, abrindo as portas para a tão almejada (e indubitavelmente merecida) santificação dos citados milagreiros.
Pressenti, então, a alegria no coração dos crentes, o anúncio da paz e da serenidade para todo o mundo já que, através dos pastorinhos pré-canonizados, Fátima transformava-se na beatífica cura dos conflitos da humanidade.
Mas, inopinadamente, surgem notícias que a central de Roma não anda demasiado satisfeita com a gestão do Santuário de Fátima. Problemas vários de gestão administrativa e financeira e a questão da abertura do mercado à concorrência, parecem ter aportado alguns escolhos na santa relação entre a central e a sua importante sucursal do distrito de Leiria.
Embora confiante que os citados pastorinhos estarão atentos e que a sua mediação não tardará, quis satisfazer a minha curiosidade em saber a interpretação do Valete acerca do conflito entre o Vaticano e os responsáveis pelo Santuário de Fátima.
Constatei que este ainda se encontra em estado de negação - isso não aconteceu, é invenção e tudo está em paz na indústria dos milagres e da fabricação amartelada de santos.
Mas restam algumas dúvidas - se para além dos ditames do dever de sujeição hierárquica da sua organização, o João Noronha concorda com o entusiástico extravasar ecuménico que caracteriza o Santuário nos últimos tempos?
Se a moda multiculturalista com adaptações religiosas tão cara aos ensinamentos de (S.??) Boaventura Sousa Santos (que nome abençoado!) está ou não de acordo com o severo posicionamento conservador e quase-ortodoxo que o Valete parece seguir de há um ano a esta parte?
Por último, se o conflito se vier a revelar verdadeiro, quem deverá ceder a quem - a central ou a sucursal? Centralismo ou regionalismo?
Pressenti, então, a alegria no coração dos crentes, o anúncio da paz e da serenidade para todo o mundo já que, através dos pastorinhos pré-canonizados, Fátima transformava-se na beatífica cura dos conflitos da humanidade.
Mas, inopinadamente, surgem notícias que a central de Roma não anda demasiado satisfeita com a gestão do Santuário de Fátima. Problemas vários de gestão administrativa e financeira e a questão da abertura do mercado à concorrência, parecem ter aportado alguns escolhos na santa relação entre a central e a sua importante sucursal do distrito de Leiria.
Embora confiante que os citados pastorinhos estarão atentos e que a sua mediação não tardará, quis satisfazer a minha curiosidade em saber a interpretação do Valete acerca do conflito entre o Vaticano e os responsáveis pelo Santuário de Fátima.
Constatei que este ainda se encontra em estado de negação - isso não aconteceu, é invenção e tudo está em paz na indústria dos milagres e da fabricação amartelada de santos.
Mas restam algumas dúvidas - se para além dos ditames do dever de sujeição hierárquica da sua organização, o João Noronha concorda com o entusiástico extravasar ecuménico que caracteriza o Santuário nos últimos tempos?
Se a moda multiculturalista com adaptações religiosas tão cara aos ensinamentos de (S.??) Boaventura Sousa Santos (que nome abençoado!) está ou não de acordo com o severo posicionamento conservador e quase-ortodoxo que o Valete parece seguir de há um ano a esta parte?
Por último, se o conflito se vier a revelar verdadeiro, quem deverá ceder a quem - a central ou a sucursal? Centralismo ou regionalismo?