2.12.04

CENÁRIO 2

c) O Presidente, Dr. Jorge Sampaio, nomeia Sócrates para primeiro-ministro em meados de Março. Este, receoso de repetir a experiência minoritária de Guterres tenta um acordo parlamentar com o Bloco e o PCP, mas estes exigem fazer parte do Governo. A crise arrasta-se. O Presidente, Dr. Jorge Sampaio, apela à serenidade e ao sentido da responsabilidade colectiva;
d) Sócrates cede e forma Governo com Louçã na Solidariedade, Fernando Rosas no Ensino Superior e Saldanha Sanches na Economia. Rosas desfaz-se em declarações políticas enquanto Louçã se mantém em prudente silêncio. O programa do Governo é aprovado pela nova maioria, com a abstenção do PCP e os votos contra do PSD e CDS;
e) As primeiras medidas do Governo - travão na Lei das Rendas e criação de um subísidio social para as rendas não sociais, imposto sobre as grandes fortunas, imposto sobre as mais valias, aumento desmesurado dos poderes da administração fiscal, regresso dos hospitais públicos e do modelo primitivo do SNS, criação de gabinetes de estudo para melhor reflectir a necessidade de reformar a Administração Pública - provocam uma enorme instabilidade económica, a fuga de multinacionais, aumento do desemprego e a retirada do país de alguns dos principais empresários portugueses;
f) Cresce o descontentamento na classe média; Guterres perde o sorriso e inicia um ciclo de afirmações titubeantes em que não se percebe se apoia ou não o Governo Sócrates. Antes do Verão, Cavaco arranca uma campanha forte e optimista suportado pela paragem da economia. O Presidente, Dr. Jorge Sampaio, apela à serenidade e ao sentido da responsabilidade colectiva;
g) Os níveis de insatisfação com o Governo crescem. Em Novembro, Louçã quebra o silêncio e faz um discurso retumbante em que exige "uma viragem inequívoca à esquerda que ponha o grande capital e os seus apoiantes na ordem". Cavaco consegue manifestações de rua com números já desusados em toda a Europa;
h) Na sua última comunicação ao país, o Presidente, Dr. Jorge Sampaio, envelhecido e cansado, apela à serenidade. Em Janeiro de 2006, Cavaco Silva ganha as presidenciais na 1ª volta. O clima de guerra institucional começa antes mesmo da sua tomada de posse;
i) Em Julho de 2006 o Presidente Cavaco Silva dissolve o Parlamento e convoca eleições legislativas para Outubro.