Sócrates: prioridade da governação é o crescimento económico
Para quem acredita que o desenvolvimento económico pode ser dirigido pelo estado, este é um programa político a não perder. O Imperador aparece agora vestido com as roupas do Choque Tecnológico. Sempre são roupas um pouco mais bonitas que ele usava no tempo do Eng. Guterres.
É programa para enganar tolos da melhor qualidade porque tem novidades, como no Continente, e porque todos somos a favor da ciência e da educação.
O Eng. Sócrates vai prometer crescimento e emprego para todos, tudo graças ao novo passe de mágica das Novas Fronteiras.
A economia seguirá o seu rumo. Menos 1% em 2003, 1% positivo em 2004, 2.5% em 2005 e 3 a 4% em 2006, como é normal. É pelo menos isso que prevêem as organizações internacionais, as mesmas que são usadas para atacar o governo de Santana Lopes. Os PIBs sobem e descem como as marés, e agora começam a subir sem que os governos possam fazer muito mais que atrapalhar.
Se ganhar, Sócrates vai dizer que isto da pesada herança é muito grave e que o melhor é esperar mais um bocadinho. Depois, mesmo antes de o primeiro projecto científico da era Sócrates começar, Sócrates vai dizer que já se sentem os efeitos da retoma, tudo graças às expectativas criadas pela sua forma optimista de encarar a política. Os adeptos da teoria das expectativas, que actreditaram que o discurso da tanga causou a crise, vão engolir essa com facilidade. Respira-se um novo ar, dirão. Novo ar, novas fronteiras. É o poder da vontade sobre a realidade.
Lá para o fim do mandato, Sócrates dirá que a nova era de prosperidade se deve ao seu choque tecnológico, apesar de nenhum dos seus novos projectos educativos ter produzido ainda um trabalhador qualificado e apesar de nenhum dos novos projectos científicos ter produzido ainda um único produto comercializável. Na verdade, qualquer investimento em ciência e educação que se faça durante a era Sócrates só terá repercussões na produtividade alguns anos depois de a era Sócrates acabar de vez.
Se acabar bem, a era Sócrates será recordada como a era Clinton como uma era de prosperidade impulsionada por uma sábia aposta na ciência e na educação. Se acabar mal, será recordada pelos críticos como a era Guterres, isto é, como uma era de prosperidade artificial e pelos fiéis como a era Guterres, isto é, como uma era de prosperidade impulsionada por uma sábia aposta na ciência e na educação.