1.12.04

E agora?

Corremos o risco de ficar num impasse.

A partir de hoje e durante quase 3 meses, andaremos em permanente campanha eleitoral para culminar numas eleições em que a abstenção será maioritária e o quadro parlamentar delas resultante porventura mais confuso. O ritmo de caracol a que o nosso sistema está sujeito impondo prazos escabrosamente alargados, levará a que tenhamos novo governo com programa aprovado nunca antes de Abril ou Maio.

Novo governo cuja maior preocupação será consolidar posições nas autárquicas de Outubro. Antes ou depois, haverá ainda o referendo à Constituição Europeia e respectiva campanha.
Em suma, o mais provável é que 2005 seja um ano perdido no folclore eleitoral, em grande medida pelo excesso de formalismo burocrático do regime. Se de facto ficarem comprometidas a lei do arrendamento e a implementação de portagens nas SCUTs, as duas únicas reformas do pós-guterrismo, estaremos a falar de 3 anos perdidos.

Mas não se pode exterminá-lo? (ao regime, entenda-se).