O banco tem a sua sede e raízes no Porto. Tem apoiado projectos culturais em todo o país, mas não podemos ignorar as nossas raízes. Por isso, auscultados pela Sra. ministra da Cultura, manifestámos toda a disponibilidade, quer para sermos fundador, quer para podermos ter um papel influente no patrocínio da actividade da Casa da Música, que será uma referência do Porto no século XXI.
Não discuto a bondade da decisão do BPI ou o facto de se ter optado por uma Fundação para gerir a Casa da Música. Mas talvez seja de questionar:
- Não se ter optado desde logo pelo modelo de Fundação aquando do lançamento do projecto, fazendo então apelo a capitais privados para também financiarem o investimento (que já vai em 100 milhões de euros...);
- O recurso recorrente que se faz à sociedade civil para financiar projectos culturais no Porto, de que são exemplos paradigmáticos a Casa de Serralves e o Coliseu;
- A completa ausência da mesma sociedade civil em projectos análogos na capital, de muito maior dimensão - vejam-se os casos do mastodôntico CCB ou dos teatros de D. Maria, de S. Carlos ou de S. Luís.
É a capital cada vez mais rica à custa de um País cada vez mais pobre.