Há dias, a propósito de Aguiar Branco ser o cabeça de lista no Porto do PSD, escrevi o seguinte:
«Porquê? O que leva alguém reconhecidamente sério a servir de acólito a uma liderança partidária desqualificada sob todos os pontos de vista?Que argumentos terão a força suficiente para que Aguiar Branco se confunda, talvez irremediavelmente, no "santanal" de gente sem princípios, sem critérios nem outros fins que não sejam o lugarzito pós-eleitoral? Que motivos poderão justificar este "branqueamento" da pior direcção laranja de sempre? Não saberá Aguiar Branco que só vai à frente para que não se vejam os que vêm atrás?»
Nada me move contra Pôncio Monteiro (é uma figura com quem até simpatizo, no seu devido lugar), já indigitado como nº 2 da mesma lista - mas se não existisse, na mente iludida de alguns, o mítico receio do PSD poder perder votos por via dos anátemas de alguns homens da bola, será que ele faria parte dos candidatos?
Não estaremos perante uma cedência tremenda aos líderes de claques?
Não se estará a outorgar a esse microcosmos dos dirigentes futeboleiros uma importância que eles não têm nem nunca tiveram?
Com isto - para além da figura concreta dos protagonistas - não se estará a potenciar irremediavelmente a promiscuidade entre o futebol e a política?
E. já agora, não reconhecem os meus amigos que tanto se indignaram com esta minha posta que JPAB estará no ingrato papel de servir de capa a estes e a outros insondáveis interesses presentes na mesma lista?