Jorge Palinhos acha estranho que se fale dos valores católicos da Alemanha. Esquece-se provavelmente do papel histórico determinante que o Catolicismo teve na Alemanha e da substancial influência que continua a manter na actualidade. É aliás de notar que o maior Estado da Alemanha, a Baviera, de forte tradição liberal, conjuga uma população maioritariamente católica com um notável desempenho económico no contexto nacional e europeu, uma realidade que deveria suscitar a reflexão de todos quantos, prisioneiros de Weber, associam o capitalismo à "ética protestante".
Ou talvez Jorge Palinhos não se tenha esquecido de nada disto mas simplesmente se tenha entusiasmado ao recordar o Kulturkampf, a violenta campanha anti-católica organizada por Bismarck que, entre outros resultados lamentáveis para um liberal (mas possivelmente vistos favoravelmente por muitos socialistas) conduziu à expulsão dos jesuítas e a um apertado controlo estatal sobre o ensino.
