22.1.05

Proteccionismo e as indústrias embrionárias

O Luís Aguiar Conraria diz que o proteccionismo é uma boa opção se o objectivo for proteger indústrias embrionárias que precisam de um suporte inicial para sobreviverem.

A ideia é mais ou menos esta: se o preço de um produto for X e se numa fase inicial do seu desenvolvimento a indústria embrionária só for rentável se o preço for X+y então o estado deve cobrar uma taxa sobre as importações de valor y por cada unidade de produto importado, de modo que o preço do produto no mercado interno seja o que viabiliza a indústria embrionária.

O problema desta medida é que são os consumidores que, ao pagarem mais pelos produtos das indústrias embrionários, financiam a sua viabilização. Ora, se uma indústria só é viável se os consumidores forem forçados a financiá-la e se os empresários não conseguem convencer os consumidores a ceder as suas poupanças livremente, então é porque essa indústria é mesmo inviável.

Adenda:

Luís Aguiar Conraria faz alguns esclarecimentos na área de comentários:
Todo o meu texto é dedicado a defender o livre comércio e não o proteccionismo.
Apenas disse que o argumento das indústrias nascentes era um argumento teoricamente pertinente, e que portanto tem de ser levado mais a sério quando alguém o dá. O ser um argumento válido não quer dizer que concorde com ele, quer apenas dizer que tenho de ter mais cuidado a refutá-lo, que foi o que eu tentei fazer de seguida. Ou seja, não ponho o argumento de lado com tanta facilidade como tu o pões no teu terceiro parágrafo.