- Está claríssimo para toda a gente que Vital Moreira foi, mais que plagiado, copiado, como aqui comenta oportunamente um nosso leitor;
- Parece-me também ser igualmente consensual que um plágio é algo de condenável e da responsabilidade única e exclusiva de quem o pratica;
- Mais condenável ainda, é o plagiador pretender inverter o ónus da culpa e apresentar-se como sendo o plagiado;
- Uma tal atitude, é tanto mais ridícula quanto, mesmo na hipotética ausência de provas, ninguém de bom-senso neste País alguma vez iria acreditar que o conhecido constitucionalista e académico Vital Moreira plagiara um artigo de um obscuro "jota" madeirense, versando um tema tão banal como as alianças pré-eleitorais;
- A gravidade de tais actos não depende porém - ou não deve depender - da opção política do respectivo autor;
- Por isso não se compreende que Vital Moreira titule sucessivas postas com "Plágio democrata-cristão", lançando explicitamente o odioso do acto também para o partido do plagiador. Mesmo escrevendo este na qualidade de dirigente partidário, é abusivo tentar extravasar a responsabilidade para a organização que ele representa. Este caso configura uma situação tão indiscutível, que qualquer instituição que se preze, seja ou não política, não hesitará em desautorizar e sancionar o seu dirigente, militante ou colaborador.
- Facto que aliás aconteceu, sem que mesmo assim Vital Moreira deixasse de qualificar politicamente o plágio.
- Parecer-me-ia bem mais razoável que, num Estado de direito, estas questões fossem dirimidas recatadamente em Tribunal e, no caso em apreço, acharia inteiramente justificável que o queixoso recebesse pesada indemnização por danos ao seu bom nome. Não se actuando através da Justiça, persistirá muita impunidade de políticos desonestos.
- Vital Moreira prefere porém a justiça pela própria pena através de interminável denúncia pública, pressão sobre o CDS para demitir o plagiador e a humilhação continuada deste que, por muito pulha que seja, já se retratou, foi demitido do jornal e dos cargos partidários e sofrerá durante muito tempo o vexame que a censura social do seu acto acarreta. Mas Vital Moreira denota uma fúria que parece pretender o total aniquilamento do criminoso, hoje completamente indefeso.
- Finalmente, devo dizer que juízos de valor (porventura errados) que eu tenha feito, são apenas sobre atitudes e factos, jamais sobre presunções. Não conheço nem tenho qualquer procuração para defender o Roberto Rodrigues, pessoa que não é nem julgo que alguma vez fosse meu correlegionário. Posso aliás informar - se bem que não releve para o caso - que sou militante laranja desde 1976.
Luís Rocha