1. Um dos pais do regime reconhece - e muito bem - que a Justiça e os Tribunais não funcionam;
2. Em alternativa, defende a "justiça pela própria pena" e a desqualificação do arguido perante a opinião pública;
3. Mas o "Tribunal da opinião pública" é assaz volúvel, de "legitimidade" questionável e, muitas vezes (sempre?), confunde-se com o da opinião publicada;
4. Hoje temos a razão do nosso lado num caso indiscutível, aplicamos sentença sumária e, muito naturalmente, até nos vangloriamos dos pretensos benefícios daquela;
5. Amanhã poderemos não ter razão e o caso ser muito discutível; mas, se beneficiados por uma desproporção de forças e meios, a tentação para fazermos a "nossa" justiça será enorme;
6. Nessa circunstância, não teremos qualquer pejo em usar toda a "artilharia" disponível - seja a pena ou qualquer outra arma igualmente mortífera - que facilmente arrasarão as débeis defesas do nosso oponente;
7. Daqui ao desenterrar de conceitos justificativos tão arcaicos como a "lavagem da honra", vai um curtíssimo passo;
8. E encararmos tudo isto de forma natural é muito preocupante!