(cont. do post antecedente "O Perigo amarelo e o Proteccionismo III")
Mas, ... como enquadrar, numa perspectiva liberal, o caso chinês?
Haverá, para um liberal, uma espécie de ética internacional (contraposta à tese da real politik e à política dos interesses dominante na configuração da comunidade internacional)?
É legítimo acreditar-se que o "livre-cambismo" conduzir-nos-á ao resultado desejável, a longo prazo e, portanto... nada fazermos no curto prazo (fechando os olhos às violações dos Direitos Humanos, à inexistência de democracia e à denegação generalizada de liberdade individual)?
Como dizem alguns economistas, "a longo prazo, estaremos todos mortos"!...
Devemos pôr o acento tónico na questão (inumana) da falta de liberdade individual, na ausência de uma real "economia de mercado" e, portanto, legitimar medidas económicas proteccionistas, como instrumento de uma reacção política?
Devemos, por exemplo, insurgirmo-nos contra a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim ? Ou devemos jogar o mesmo jogo que o Estado Chinês joga, fingindo mesmo acreditar que é possível "um Estado e dois sistemas"?
Devemos esperar unicamente que a liberalização do comércio internacional faça o seu papel "natural" (ou, neste caso, será ideal?)- ou não?