Precisando de uma certidão do registo comercial, dirijo-me á Loja do Cidadão. Sem esperar muito, a funcionária, simpática, vai-me fazendo perguntas e a tudo respondo: nome da empresa? Endereço da sede? Concelho? Conservatória? Número de matrícula? Bem, aqui paro, ignoro o número de matrícula. «Ah, mas sem isso não posso encaminhar o seu pedido». Fiquei espantado. «Oh minha senhora, o número de matrícula é uma classificação para efeitos internos da conservatória. Se tem aí os dados todos relevantes da empresa, não deve ser difícil de encontrar a respectiva inscrição.». O meu comentário transformou a funcionária simpática numa agressiva representante do Estado: «Sem número de matrícula, não é possível encontrar a ficha da empresa. Se o senhor não sabe, eu também não e não posso fazer nada. O senhor é que quer a certidão. Terá que se dirigir directamente á conservatória para fazer o pedido e eles efectuarem a busca. Aqui só encaminhamos os pedidos».
Manifestei o meu espanto por os serviços do RNPC na Loja do Cidadão não conseguirem emitir uma simples certidão, mas apenas «encaminharem» os pedidos. Não tem acesso a qualquer base de dados e os formulários de pedido exigem informações que obriga o cidadão a fazer o trabalho que deveria ser do Estado.
O certo é que saí de lá tal como entrei, sem certidão e sem sequer ter feito o pedido.