Vem no Público de hoje.
Alguém se lembrou que a produção de ventoínhas era uma actividade altamente rentável e ecológica. Como as ventoínhas têm uma certa aura ecológica, ninguém se atreve a dizer o contrário, apesar de todos saberem que as ventoínhas são subsidiadas. Mas como a burocracia parece ser um empecilho, é necessário agilizar os processos e criar umas vias verdes, e esquecer os impactos que as ventoínhas têm em áreas protegidas. Isto é, é necessário que o estado trate de forma especial investimentos subsidiados e que têm impactos ambientais que se querem varrer para debaixo do tapete.
Tudo isto é pago pelas actividades verdadeiramente produtivas que não precisam de subsídios, mas que têm que penar nas filas da burocracia. As actividades verdadeiramente rentáveis não têm direito a vias verdes nem a leis favoráveis de excepção. As actividades verdadeiramente rentáveis são penalizadas para que o estado possa subsidiar as que não são rentáveis.
PS - Há quem queira exportar ventoínhas. Suponho que esse seja o sonho de todos os países que subsidiam as eólicas. O grande problema vai ser a falta de países que subsidiem as eólicas e que queiram importar ventoínhas.
PS II - Ainda prevalece em Portugal o preconceito anti-comercial e terceiro-mundista que preconiza que os países devem abdicar das vantagens do comércio e apostar na substituição de importações.
PS III - Mais uma vez se demonstra que a lei não se aplica ao estado. Quando a lei é um empecilho aos projectos políticos do governo, o governo arranja sempre forma de agilizar a lei.