Lolita: O mercado é mesmo assim.
O Estado obriga-me a cobrar, em seu nome e proveito, mais 2% aos meus clientes. Eu, por razões que podem ter a ver com as actuais margens não me serem satisfatórias, por entender que os meus produtos/serviços merecem ser melhor remunerados ou porque entendo que tenho margem para isso, aproveito o momento psicológico do aumento forçado e subo os preços, não em 2%, mas em 5% ou mesmo 10%. So what? Os meus clientes, se entenderem que continua a valer a pena comprarem-me os meus produtos/serviços continuarão a fazê-lo. Outros clientes entenderão que estiquei a corda demais, que o preço está desajustado ao valor que percepcionam ou á vantagem que retiram da sua fruição e irão abastecer-se num concorrente. Não é nada de mais. É o dia-a-dia da actividade comercial. E não vejo o que é que o Estado ou os seus inspectores tenham a ver com o assunto.
Nota: a interferência/ingerência do Estado na actividade comercial não é grave apenas por afectar a esfera individual dos comerciantes. É grave porque afecta a esfera individual de todos, comerciantes e consumidores. Afecta de facto um direito adquirido (mas permanentemente em risco), chamado liberdade.