Segundo um dos seus responsáveis em entrevista ao DN, a Gulbenkian tem dois objectivos:
1. existir para sempre
2. promover as artes, a ciência ...
E para isso, os administradores da Gulbenkian têm que fazer uma gestão racional dos recursos de modo a que a Fundação mantenha o seu património e apoie aquilo que é suposto apoiar da forma mais eficiente possível.
Ou seja, os administadores estão em primeiro lugar obrigados a respeitar os estatutos e os objectivos da fundação e têm que fazer tudo o que for possível para maximizar os interesses da Fundação.
Ora, empregar bailarinos não é o objectivo da Fundação. Esse é apenas um meio para atingir um dos verdadeiros objectivos que é a promoção das artes. Um meio que os administradores concluiram que é dos menos eficientes e por isso extinguiram o Ballet. Estão no seu direito. Aliás, se eles concluiram que existem formas mais adequadas de aplicar os rendimentos da Fundação, essa é a sua obrigação.
Só o estado é que se pode dar ao luxo de subverter os seus objectivos. É por isso que com o tempo, o Ministério da Educação deixou de produzir educação e passou a produzir empregos para professores e burocratas e o Ministério da Cultura nunca produziu cultura, sempre produziu empregos e subsídios para as elites.