A "caridadezinha", esse sistema hediondo vigente nos Estados Unidos e encarado por alguns com tamanho desprezo, assume naquele país valores impressionantes. Em 2002, os donativos para fins de beneficiência atingiram quase 241 mil milhões de dólares, dos quais 76% provenientes de pessoas singulares. O grosso desse valor, que vem crescendo sustentadamente ao longo dos anos, destina-se a Instituições de cariz religioso (35%), educacional (13%), Fundações (9%) e Instituições de apoio à saúde (8%).
A isto dever-se-á acrescentar o trabalho prestado gratuitamente em regime de voluntariado, que envolveu em 2003 cerca de 64 milhões de pessoas, quase 30% da população americana. Daqueles, o maior contingente é formado por pessoas empregadas a full time e com formação superior. O trabalho prestado reparte-se principalmente por organizações religiosas (34,6%), com fins educativos (27,4%), de serviços à comunidade (11,8%) e hospitalares ou de cuidados de saúde (8,2%).
Informação mais detalhada disponível aqui, a partir da página 26 e do Quadro nº 563.
Não disponho de dados comparáveis para Portugal, mas julgo que serão irrelevantes. Sendo nós um país "socialmente mais avançado", praticamos a "solidariedade", fundamentalmente através das chamadas IPSS (Instituições ?Particulares? de Solidariedade Social), cujo financiamento provém em mais de 2/3 do Orçamento de Estado.