11.3.06

a arte do estado (ii)

Afinal estamos salvos: o magnífico programa dos 15 mil postos de trabalho hoje anunciado será «financiado pelas verbas provenientes dos jogos sociais» e não por dinheiros públicos. De resto, tal como todos os grandes investimentos dos governos nos últimos anos, pagos com dinheiros comunitários e por reduzidas verbas públicas, rigorosamente aplicadas segundo os orçamentos aprovados. Sem desvios e todos com elevadas taxas de rentabilidade: o Centro Cultural de Belém, a Expo 98, o Euro 2004 e a Casa da Música. A OTA e o TGV também não escaparão a esta draconiana racionalidade económica que tem feito de Portugal um país desenvolvido e próspero.
Quanto ao futuro do programa anunciado hoje, ele dependerá exclusivamente do afinco com que continuarmos a jogar no Euromilhões, do valor dos jackpots acumulados e da distribuição nacional dos prémios. Se a «raspadinha» e o totoloto voltarem a animar, talvez o programa aumente o númro de postos de trabalho. Quanto ao totobola, não vale a pena contar com ele.