O Público apresenta hoje uma entrevista com Correia de Campos, ministro da Saúde, resultado da entrevista conduzida por uma sua jornalista e de uma outra da Rádio Renascença, e que teve transmissão na televisão no âmbito do habitual programa «Diga lá excelência».
Ora, desde a semana passada os leitores daquele jornal deixaram de saber se o que vem transcrito daquelas entrevistas foi efectivamente dito pelos entrevistados.
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É que o director do jornal, defendendo-se de uma alegação de um anterior entrevistado (Santos Silva), que se queixava da não correcção de certas transcrições, revelou como se condensa uma entrevista realizada num meio (televisão) para ser transcrita em meio diferente (jornal).
As regras que JMF indica são as seguintes:
«O primeiro passo a dar para condensar uma entrevista é cortar as repetições;
o segundo é comprimir as perguntas dos entrevistadores, "limpando-as" do enquadramento necessário num meio audiovisual mas dispensável num jornal;
o terceiro é, sendo fiel ao pensamento do entrevistado, retirar a retórica verbal conservando o essencial das respostas.»
Se os dois primeiros passos são aceitáveis, fazendo parte do normal trabalho de edição, o terceiro já não é.
Seria natural e aceitável retirar certas respostas, ou cortar a extensão das mesmas. Mas apresentar ao leitor entre aspas certas declarações, o leitor só pode legitimamente depreender que o entrevistado disse tais palavras. E não que as mesmas resultam de uma interpretação, subjectiva do editor, ainda que este procure ser «fiel ao pensamento». Numa citação, ou foi efectivamente dito o que é transcrito ou então não é uma citação.
A informação inicial de que a transcrição da entrevista é uma condensação permite ao leitor saber que a entrevista filmada/gravada é originalmente mais extensa, sendo o que vai ler serão os aspectos mais importantes que editorialmente o jornal considerou publicar. Não pode significar mais do que isso.
É caricato que o próprio jornal nos informe que para termos certeza do que efectivamente o entrevistado diz o melhor será ver televisão ou escutar a rádio, não nos podendo fiar integralmente no seu próprio jornal....!!!
Ora, desde a semana passada os leitores daquele jornal deixaram de saber se o que vem transcrito daquelas entrevistas foi efectivamente dito pelos entrevistados.
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É que o director do jornal, defendendo-se de uma alegação de um anterior entrevistado (Santos Silva), que se queixava da não correcção de certas transcrições, revelou como se condensa uma entrevista realizada num meio (televisão) para ser transcrita em meio diferente (jornal).
As regras que JMF indica são as seguintes:
«O primeiro passo a dar para condensar uma entrevista é cortar as repetições;
o segundo é comprimir as perguntas dos entrevistadores, "limpando-as" do enquadramento necessário num meio audiovisual mas dispensável num jornal;
o terceiro é, sendo fiel ao pensamento do entrevistado, retirar a retórica verbal conservando o essencial das respostas.»
Se os dois primeiros passos são aceitáveis, fazendo parte do normal trabalho de edição, o terceiro já não é.
Seria natural e aceitável retirar certas respostas, ou cortar a extensão das mesmas. Mas apresentar ao leitor entre aspas certas declarações, o leitor só pode legitimamente depreender que o entrevistado disse tais palavras. E não que as mesmas resultam de uma interpretação, subjectiva do editor, ainda que este procure ser «fiel ao pensamento». Numa citação, ou foi efectivamente dito o que é transcrito ou então não é uma citação.
A informação inicial de que a transcrição da entrevista é uma condensação permite ao leitor saber que a entrevista filmada/gravada é originalmente mais extensa, sendo o que vai ler serão os aspectos mais importantes que editorialmente o jornal considerou publicar. Não pode significar mais do que isso.
É caricato que o próprio jornal nos informe que para termos certeza do que efectivamente o entrevistado diz o melhor será ver televisão ou escutar a rádio, não nos podendo fiar integralmente no seu próprio jornal....!!!